terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Millennium 1


Daniel Craig e Rooney Mara são os protagonistas de Millennium

Sou superfã da trilogia Millennium, de Stieg Larsson. Em 2010, ao devorar as páginas escritas pelo autor sueco, tinha a certeza de que, nas mãos certas, o material daria, no mínimo, um bom filme.
Há uns meses confirmei isso mesmo ao ver a versão escandinava, realizada por Niels Arden Oplev, de "Os homens que odeiam as mulheres" (não vi "A rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo" nem "A rainha no palácio das correntes de ar").
Ontem reforcei a ideia ao assistir à versão de David Fincher, apesar de algumas alterações (traições?) ao enredo construído por Larsson. Quem não leu não sabe do que estou a falar, mas quem o fez não encara de ânimo leve as opções de atalho tomadas.
Sou da opinião que Fincher não consegue fazer um mau filme - confesso que até de "Sala de Pânico" gosto -, pelo que encarei a escolha do homem por detrás de obras de culto como "Se7en" e "Clube de Combate" como uma opção promissora.
Logo nos minutos iniciais fiquei deslumbrado por um dos melhores genéricos que vi nos últimos anos. É uma espécie de genérico à la Bond noir, que avisa os mais distraídos de que não vão ter pela frente um filme pipoqueiro com explosões a rodos.
A personagem de Lisbeth Salander é o corpo e a alma de Millennium. Se fosse cometido um erro de casting, o filme, pura e simplesmente, não funcionaria. Tal como Noomi Rapace na versão sueca, gostei também muito de Rooney Mara. As interpretações são distintas, mas ambas são convicentes e vestem a pele de heroína de forma eficaz, simultaneamente frágeis e duras.
Recuso-me a comparar o filme sueco (mais "by the book", como observou um colega) com o americano, que dá algumas facadinhas na estória, mas que é muito bom. Nem sequer vou dizer que prefiro uma versão à outra. De uma coisa tenho a certeza, se a realização das segunda e terceira partes da trilogia for entregue a Fincher, estará em boas mãos.

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