terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Meryl Streep

Poucas coisas são consensuais na vida e é bom que assim seja! No entanto, lá diz o ditado, não há regra sem excepção. Não conheço ninguém que não reconheça o talento de Meryl Streep. A actriz de 60 anos, que leva apenas 32 nas lides da representação, não consegue meter o pé na poça. Cada papel que veste não é bom, é excelente. Há coisas que não mudam e uma delas - tão certa como a terra estar neste momento a girar - é que a senhora nunca defrauda as expectativas dos que admiram o seu trabalho.
Proponho a abolição dos títulos nos cartazes dos filmes em que Meryl Streep entra. Basta colocar o nome da actriz no cartaz e o dinheiro do meu ingresso está garantido. É certo que nem todos os filmes são muito bons, mas tenho para mim que não há nenhum mau. Em cada um conseguimos ser surpreendidos - não pelo seu génio, que está mais que comprovado - mas por pequenos e deliciosos pormenores que nos fazem admirar cada vez mais este autêntico camaleão da representação.
Ontem fui ver um filme escrito, realizado e interpretado por mulheres e que, ainda por cima, tinha como temática principal a culinária. "Julie & Julia", de Nora Ephron, tem o tom certo e está repleto de instantes deliciosos (não me refiro à comida). Não é comédia, mas fartamo-nos de rir e sorrir (o que, por vezes, sabe ainda melhor), e não é um drama, apesar de emocionar (atenção à cena em que Julia, acompanhada pelo marido, recebe a notícia da gravidez da irmã).
Meryl Streep está irrepreensível e o seu trabalho foi mais uma vez reconhecido. A interpretação valeu-lhe mais uma nomeação para os Globos de Ouro e o filme está também entre os candidatos a melhor comédia ou musical do ano. Além de "Julie & Julia", a actriz norte-americana está também nomeada por "It's Complicated", comédia romântica de Nancy Meyers com Steve Martin e Alec Baldwin, que ainda não estreou por cá.
Nota: Na vida real, Meryl é casada desde 1978 e tem quatro rebentos. A meses de distância de ter cada um dos filhos, Streep entrou em filmes marcantes: "Kramer contra Kramer", "Reacção em Cadeia", "África Minha" e "Recordações de Hollywood".
Sempre longe de polémica, dentro e fora do ecrã, o que ainda a torna mais notável.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Ricardo!

Adorei o filme! Fartei-me rir, um filme que vale a pena ser visto!
Concordo com tudo que escreveste, Meryl é uma actriz fabulosa!

Obrigada pela vossa companhia!

Beijinhos no coração.

Jaqueline.

Raquel disse...

Começa a irritar-me, esta coisa de te prenunciares a "papel químico" sobre as minhas opiniões!
Infâmia!
Bom, para ser original terei que me repetir..."faço minhas as tuas palavras"... para quê desenvolver?!

Vou até mais longe! Para mim, o filme "as horas" vale pelo par streep/harris e não tanto pelo tão aclamado desempenho da talentosa Nicole (sem dúvida admirável). Aquelas contracenas são de tal modo puras e intensas, que o argumento é passado através de expressões faciais e não do guião. A propósito do Ed Harris (com a devida vénia) recomendo "Pollock", para quem aprecia a arte cinematográfica pela categoria da representação, independentemente, do argumento.

bjs saudosos