terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amadeus




Parece mentira, mas não é. Só na véspera de completar 34 anos de idade é que entrei pela primeira vez no Teatro Nacional D. Maria II para assistir a um espectáculo: "Amadeus". O receio de sair defraudado era grande, uma vez que se tratava de uma versão teatral baseada no texto de Peter Shaffer que, em 1984, deu origem ao filme homónimo - de que tanto gosto - realizado por Milos Forman.


Felizmente, os meus receios não se confirmaram. Gostei bastante de ver em palco a história de Antonio Salieri, interpretado por um competente Diogo Infante, e de Wolfgang Amadeus Mozart (um extraordinário Ivo Canelas). Confesso que é-me impossível avaliar a peça e abstrair-me do filme. O Salieri do filme de Forman é encarnado por F. Murray Abraham de forma portentosa e tenho esse desempenho como um dos melhores de sempre na história da Sétima Arte. Daí não ter ficado entusiasmado pela interpretação (repito) competente de Diogo Infante.


O mesmo não acontece com Ivo Canelas, que arranca uma performance magistral, abarcando os estados de espírito mais díspares, desempenho que nada fica a dever ao de Tom Hulce no filme que conquistou oito Oscares da Academia (entre os quais filme, realizador e - só podia - actor principal para F. Murray "Salieri" Abraham).


A peça, que tem encenação de Tim Carroll, está em cena na Sala Garrett até 6 de Novembro. Dê lá uma saltada, não se vai arrepender. Já eu, só me arrependo de ter estado tanto tempo sem pôr os pés no Teatro Nacional. Para me redimir, tenho já registada a minha próxima visita à Sala Garrett: "Quem tem medo de Virginia Woolf? (a cantar) Virginia Woolf, Virginia Woolf..."


Sem comentários: