Mourinho vende casas na Turquia
Ao ler recentemente no jornal Record que José Mourinho cobrou 1 milhão de euros a uma imobiliária turca para ser o rosto de uma campanha publicitária, lembrei-me da viagem que fiz a Istambul há menos de um ano.
A pergunta que mais ouvimos nas ruas da capital turca - não precisamos de andar com máquinas fotográficas penduradas ao pescoço para sermos indentificados como turistas - é "where you from?". Depois de saberem que a origem é Portugal o comentário que mais se ouve é: "José Mourinho".
Todos sabemos que existem pessoas que associam, de imediato, países a figuras do desporto e, em particular, do futebol. Para infelicidade da História e Cultura das nações do mundo, seria ingenuidade pensar que o comum dos turcos associasse Portugal a José Saramago ou Vasco da Gama, assim como poucos portugueses associarão a Turquia a Orhan Pamuk ou Atatürk.
O que me surpreendeu foi o facto de o nome de Cristiano Ronaldo, que obviamente era quase sempre mencionado, tal como o de Figo ou Eusébio, virem sempre a seguir ao do treinador do Real Madrid. Todos concordam que tanto José Mourinho como Cristiano Ronaldo estão entre os melhores de sempre no desempenho das suas funções, pelo que é natural que, mesmo aqueles que são indiferentes ao futebol, os reconheçam entre as figuras mais destacadas do desporto mundial.
Em Istambul, onde CR7 causou euforia na inaguração de um centro comercial de luxo na Istiklâl Caddesi, principal artéria do histórico bairro de Beyoglu, vive-se uma paixão desenfreada por futebol. A comprová-lo estão os bazares, as ruas e as janelas decoradas com as cores dos principais clubes da cidade: Fenerbahçe, Galatasaray e Besiktas (a ordem reflecte a popularidade de cada um dos emblemas).
Com uma economia pujante e um espírito comercial fortemente enraizado, tudo é um negócio para os turcos. A presença de José Mourinho numa publicidade espelha esse espírito. O mediatismo e o prestígio do treinador, que é, como constatei, muito admirado pelos turcos, valem a pena o investimento. A imobiliária agradece e, tenho a certeza, a família Mourinho também. Afinal, um milhão é um milhão.
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