terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O Artista


Uma cena de "O Artista"

Finalmente consegui ver "O Artista". Gostei e, por isso, recomendo-o a quem ainda não o viu. O filme, cuja acção se passa em finais da década de 20 e inícios de 30 do século passado, é uma homenagem sentida a esse período da Sétima Arte, altura em que se fazia a transição do cinema mudo para o sonoro.
Os franceses Jean Dujardin e Bérénice Bejo, nomeados para o Oscar de actor principal e actriz secundária respectivamente, são extraordinários na pele de George Valentin e Peppy Miller. Tenho o palpite de que o protagonista - que vi há poucos meses na pele de Ludo no excelente "Pequenas Mentiras Entre Amigos" - irá levar para casa a estatueta.
O cliché de uma imagem valer mais do que mil palavras é aqui comprovado. Durante o filme, há imagens marcantes que revelam grande sensibilidade do realizador e argumentista Michel Hazanavicius, que tira o máximo proveito da expressividade assombrosa de Dujardin, que tem num petit chien um parceiro irrepreensível de representação.
Bem vistas as coisas, não querendo desvalorizar os méritos da produção, "O Artista" conta uma história comum (declínio de uma estrela do cinema mudo e a ascensão de outra com o advento do sonoro). Creio que se a produção fosse, de facto, de 1927 seria apenas mais um filme e não teria nada de extraordinário que o demarcasse dos demais.
Mais do que o durante e o depois, imagino a perseverança que foi necessária para conseguir que o projecto visse a luz do dia em 2011. "Bom dia, sou francês, o meu nome Hazanavicius e gostaria de fazer um filme a preto e branco mudo. Estão interessados em financiá-lo?". WTF terão pensado em uníssono todos os que ouviram esta conversa (quem os pode censurar?).
Hoje, todos os que entraram na loucura vêem o risco compensado. Palma de Ouro, Globos de Ouro e BAFTA reconhecem o trabalho efectuado. Só já falta mesmo a Academia reconhecer o filme na madrugada da próxima segunda-feira.
Dos nove nomeados para melhor filme, vi cinco: "O Artista", "Os Descendentes", "Moneyball", "As Serviçais" e "Meia Noite em Paris". Entre os mencionados, preferi os três primeiros, mas são tão diferentes que é complicado comparar obras que nada têm em comum.

2 comentários:

Vanessa disse...

Gostava dever mas Fernando Pessoa - Plural como o Universo - cruzou-se no meu caminho e lá tive de o ir visitar. Também o recomendo mas para isso terás e vir a uma "Calouste Gulbenkian" perto de mim .)
E entretanto mais que "O artista" penso que deveria ir até "Le Havre" ;)

Ricardo disse...

Parecem-me propostas interessantes. No segundo caso, lá terás de dar um pulo ao teu querido El Corte Inglés ;)