quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Geografia

Igualzinho ao que tenho cá em casa.


Aviso: estejam descansados, não vou falar das calinadas da Cátia, concorrente da Casa dos Segredos, a propósito da (des)localização de países e continentes.

Quem me conhece sabe que uma das minhas grandes paixões é (e sempre foi) a Geografia. Desde criança, mesmo antes de aprender a ler, os mapas sempre exerceram sobre mim um enorme fascínio. Efeito que permanece até hoje.

As formas dos continentes, as linhas que separavam pequenas parcelas de território - umas a régua e esquadro (África e América do Norte) e outras com linhas de fronteira "nervosas" (Europa) -, as capitais, as bandeiras, as línguas, a população, foram durante muitos anos lidas com um prazer difícil de explicar.

Creio que um dos factores que contribuiu para o surgir desta paixão veio com as cadernetas de futebol. Nessa altura, além dos rostos dos jogadores presentes em campeonatos do mundo e europeus, havia nas páginas de cada selecção uma informação geral básica sobre os países de onde eram oriundas as equipas.

Depois de conhecer um pouco de cada um dos países e numa altura em que já sabia juntar A+B, parti para a fase seguinte: quem são os vizinhos de cada país, quais as religiões professadas e qual o sistema político em vigor em cada nação. A curiosidade não tinha limites e o globo terrestre dava pano para mangas. Para mim era uma brincadeira, não era estudo, não havia obrigação. Mais tarde, alguns capítulos da História produziram em mim fascínio semelhante, mas a verdade é só uma (por mais lamechas que isto soe): não há amor como o primeiro.

Ainda hoje, com muita frequência, dou por mim a olhar para o planisfério que tenho na secretária por debaixo do portátil e para o globo terrestre que tantas vezes girei na adolescência em casa da minha mãe e que faço questão que me acompanhe até hoje. Para matar o tempo, em alturas de espera, desenho mentalmente e, por vezes, de caneta em riste em folhas de papel países uns ao lado dos outros. Sem nenhuma razão aparente, apenas porque gosto de o fazer.

Por vezes ocorre-me que estou na profissão errada e que talvez fosse mais realizado se ensinasse Geografia. Será? Impossível responder. Se tivesse mantido a minha candidatura inicial ao Ensino Superior (posteriormente eliminada e a ordem de preferência invertida) - em que Geografia era prioritária sobre a Comunicação Social - teria sido colocado depois de concluir o curso? Olho à minha volta e vejo professores que não estão a fazer aquilo com que sempre sonharam. Será que teria sido diferente comigo, ainda para mais numa cadeira de Geografia?

Felizmente há ainda muito para descobrir sobre este tema. Não sei, nem de perto nem de longe, os nomes de todas as capitais do mundo, nem os todos os países que surgiram com o desmembramento da URSS nem se o arquipélago A, B ou C no Pacífico pertence ao Reino Unido, França ou se é independente. Num mundo em constante mutação - ainda sou do tempo em que havia a Checoslováquia, a Jugoslávia e a União Soviética - muito mais está (e vai) acontecer e muito refresh tem de ser feito.

Pelos vistos, nem o nosso pequeno Portugal escapa a uma actualização geográfica, já que muitas freguesias vão, literalmente, desaparecer do mapa.

1 comentário:

Vanessa disse...

Creio que serias um bom professor de Geografia mas perder-se-ía, certamente, um excelente jornalista...e um cunhado extraordinário :)