domingo, 1 de abril de 2012

Desconcertante

Utilizo no título uma expressão tantas vezes utilizada pelo crítico João Lopes para vos falar de "Shame - Vergonha". O filme, realizado por Steve McQueen, acompanha um homem que depende de sexo para se manter à tona em Nova Iorque, cidade em que exerce um cargo de destaque numa empresa.
Michael Fassbender é genial a interpretar Brandon. Por detrás de uma máscara de autocontenção, está um homem a viver no limite, preso num vício. A luta constante entre um medo incontrolável de intimidade (amor?) e a ânsia de sexo levam-no a viver de encontros ocasionais com estranhos.
A rotina de Brandon é quebrada pela chegada da sua irmã Sissy que vai abalar o (aparente) autocontrolo evidenciado até aí. A actriz Carey Mulligan está excelente - atenção à cena em que canta "New York, New York" - e pode orgulhar-se para sempre do trabalho realizado em 2011. É que além de "Shame", a inglesa participou na obra-prima "Drive" ao lado de Ryan Gosling.
A estrela do filme é, no entanto, Michael Fassbender. Sem a sua fabulosa interpretação (o actor despe-se, literalmente, física e emocionalmente), "Shame" não teria resultado. O sofrimento de Brandon é palpável para o espectador. Assistimos em privado ao que se passa na sua intimidade e vemos no seu rosto e gestos o sofrimento noutras ocasiões vislumbrados em toxicodependentes.

Partilho convosco uma das cenas que me ficou na retina. No metro, há atracção, sedução e... vejam por vós.

2 comentários:

Vanessa disse...

Adorei! Cru, just the way I like it :)

Ricardo disse...

;)