Há um par de dias que me estou a deliciar com duas edições da histórica revista O Século Ilustrado, que comprei no fim-de-semana na feira do livro de uma superfície comercial.
As edições são referentes a Março de 1972 e a cada virar de página sou surpreendido. Bem sei que já lá vão mais de 32 anos – ainda faltavam mais de cinco anos para eu nascer – e que os tempos agora são outros. É interessante verificar a maneira como os anúncios eram concebidos e a construção dos textos feita à moda antiga. Apesar da forma como alguns textos estão estruturados – diferente das regras elementares do jornalismo –, muitos dos artigos, alguns com origem na norte-americana Newsweek, são bastante curiosos.
É extraordinário deparar-me com uma reportagem sobre o terceiro (!) filme de Manoel de Oliveira (O Passado e o Presente), com um artigo sobre os novatos Rolling Stones, a antevisão dos Jogos Olímpicos de Munique (estavam todos longe de imaginar a tragédia que se seguiria), um estudo sobre "Violência no cinema e na TV" com um sugestivo título de "Escola de Assassinos", em que filmes como Laranja Mecânica, Dirty Harry e Doze Indomáveis Patifes são retratados como perigosos para os jovens da altura. Nem os filmes de James Bond escaparam à análise: «...as fanfarronices de 007 tornaram-se mais sórdidas no filme Diamonds are Forever», lê-se.
Confesso que o que mais gostei de ler foi um artigo sobre Liza Minnelli, à beira de completar 26 anos. A então jovem actriz, mais conhecida por ser filha de Judy Garland e Vincent Minnelli, acabara de estrear o filme Cabaret, que viria a revelar-se um êxito estrondoso, catapultando-a para a história da Sétima Arte.
No artigo não é pronunciada a palavra Oscar, mas seriam oito os que o filme de Bob Fosse viria a arrecadar. Foram só (!) mais cinco que o O Padrinho, a obra-prima de Francis Ford Coppola!
Das seis páginas que são dedicadas a Liza Minelli – "A extraordinária filha de Judy Garland", lê-se na capa –, houve uma frase que retive. «Um dos grandes encantos de Liza é que ela não se envergonha da sua necessidade de afecto e do prazer que sente nisso. Acho que isso é muito comovente num mundo em que cada um evita ser absurdo e procura manter a sua indiferença».
Quem o disse foi Alan J. Pakula, realizador responsável, entre outros, por Os Homens do Presidente e A Escolha de Sofia.
As edições são referentes a Março de 1972 e a cada virar de página sou surpreendido. Bem sei que já lá vão mais de 32 anos – ainda faltavam mais de cinco anos para eu nascer – e que os tempos agora são outros. É interessante verificar a maneira como os anúncios eram concebidos e a construção dos textos feita à moda antiga. Apesar da forma como alguns textos estão estruturados – diferente das regras elementares do jornalismo –, muitos dos artigos, alguns com origem na norte-americana Newsweek, são bastante curiosos.
É extraordinário deparar-me com uma reportagem sobre o terceiro (!) filme de Manoel de Oliveira (O Passado e o Presente), com um artigo sobre os novatos Rolling Stones, a antevisão dos Jogos Olímpicos de Munique (estavam todos longe de imaginar a tragédia que se seguiria), um estudo sobre "Violência no cinema e na TV" com um sugestivo título de "Escola de Assassinos", em que filmes como Laranja Mecânica, Dirty Harry e Doze Indomáveis Patifes são retratados como perigosos para os jovens da altura. Nem os filmes de James Bond escaparam à análise: «...as fanfarronices de 007 tornaram-se mais sórdidas no filme Diamonds are Forever», lê-se.
Confesso que o que mais gostei de ler foi um artigo sobre Liza Minnelli, à beira de completar 26 anos. A então jovem actriz, mais conhecida por ser filha de Judy Garland e Vincent Minnelli, acabara de estrear o filme Cabaret, que viria a revelar-se um êxito estrondoso, catapultando-a para a história da Sétima Arte.
No artigo não é pronunciada a palavra Oscar, mas seriam oito os que o filme de Bob Fosse viria a arrecadar. Foram só (!) mais cinco que o O Padrinho, a obra-prima de Francis Ford Coppola!
Das seis páginas que são dedicadas a Liza Minelli – "A extraordinária filha de Judy Garland", lê-se na capa –, houve uma frase que retive. «Um dos grandes encantos de Liza é que ela não se envergonha da sua necessidade de afecto e do prazer que sente nisso. Acho que isso é muito comovente num mundo em que cada um evita ser absurdo e procura manter a sua indiferença».
Quem o disse foi Alan J. Pakula, realizador responsável, entre outros, por Os Homens do Presidente e A Escolha de Sofia.
15 comentários:
Que grandes amigos (da onça) vocês me saíram!
Só agora percebi que só estão interessados em trocar mensagens uns com os outros sempre que vêm ao blogue! Não sei se sabem, mas existem umas coisas chamadas sms, msn, bate-papo, e-mail, carta, postal, pombos correio e sinais de fumo...
Comentar um post sobre uma revista vintage?!
- "Tá largo!" (é assim que dizem os 'caga-leites' sesimbrenses, não é Sandra?)
Os rapazes ainda olharam para as pernocas da senhora da ilustração, mas ao lerem as duas primeiras linhas, perceberam que era publicidade enganosa!
Quem pensa que o "Como Vai a Saudinha" só serve para falar de cineminhas, jantaradas, petiscadas, cervejolas, copos e mais copos... está E-N-G-A-N-A-D-O(A) [Aqui não há discriminações sexuais!]
Passem bem se conseguirem. Caso contrário, remedeiem-se!
Oi Ricardo!
Eu não quero que te falte nada.... Fiquei muito impressionada eu já tive ouvido falar de essas edições, mas não sabia que já tinha saido, isso por acaso é muito interessante!
Eu é que não tenho muito tempo para vir cá ao blogue, mas continua assim porque eu acho interessante o que metes no blogue
Abraços grandes!!!!!
Tem graça qe hoje vou falar de algo bem mais importante do que cineminhas, jantaradas, petiscadas, cervejolas, copos e mais copos...
O MEU SOBRINHO, André, vai NASCER no domingo ... (a menos que queira nascer antes. Claro que Sábado seria um bom dia, porque, embora vocês não saibam, Vamos ter que ir para os copos.... ehehhe
Mil beijos ... e desculpa-me Ricardo, mas esta para mim é, sem dúvida, a novidade do Século ...
Embora haja mais ... ehehhe ;)
PS - Estou no intervalo do curso a escrever no blog - Será que este hábito se está a tornar equiparavel ao Ice-tea? :)
PS - Não gostei nada do Padrinho.
hahahah que momento lindo... imaginar a tua cara a ler: "não gostei nada do Padrinho" ... chorei a rir! Gostei muito Ricardo, era só mesmo para imaginar a tua reacção ehhehe
Cátia, eu sei que Domingo é com Maiuscula :)
Bem, vou voltar ao trabalho ... Mil beijinhos :)
Não fomos ver "O Padrinho" nem o "Cabaret", mas fomos ao Charlot com a Jaqueline enquanto alguém, viciada em ice-tea, estava a trabalhar! Toma, toma, toma...
Olá :))
Kátia e Ricardo,adorei vossa companhia! O filme foi muito interessante.Uma lição de vida!Nunca devemos desistir daquilo que almejamos alcançar! Lutar,lutar e lutar!!
Beijinhos e abraços!
Que filme é que foram ver pindéricos (eheheh)?
Não gosto nada de vocês ...
Acho que todas as pessoas do mundo deviam trabalhar até ás 23:00, não que eu esteja com inveja ...
Jaqueline não tenho nenhuma saudade tua. NADA mesmo :) E por falar nisso, alguem me sabe dizer quem é essa Katia?
Também há a opção de fecharem simplesmente as salas de cinema enquanto estou a trabalhar ... Era o minimo ...
CLARO QUE VOCÊS PODIAM NÃO CONTAR A NINGUEM QUE FORAM AO CINEMA....
Amanhã vou para a PRAIA :)Ora... espero que alguem esteja a trabalhar tss tss
Pois é, até podíamos não ter contado a ninguém, mas é que fazíamos questão que ALGUÉM soubesse!
Não é por nada, mas ouvi dizer que amanhã vai chover "cães e gatos"...
Assinado: "essa Katia"
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