segunda-feira, 11 de maio de 2009

Adivinhem quem faz 102 anos?

Se estivesse entre nós, Katharine Hepburn faria amanhã (dia 12) 102 anos. A actriz norte-americana, que faleceu aos 96 anos, é, e continuará a ser durante os próximos 100 anos, uma das maiores estrelas do cinema mundial.
Ao longo de mais de seis décadas, a actriz construiu uma sólida carreira, valendo-lhe o respeito dos seus pares e milhões de admiradores em todo o mundo. Confesso que sou um deles. Além dos inúmeros prémios que acumulou pelos inesquecíveis desempenhos em filmes memoráveis nas décadas de 30, 40, 50, 60, 70 e 80, Katharine Hepburn foi uma mulher muito à frente do seu tempo: usou calças quando era uma afronta fazê-lo, defendeu – inspirada pelo pioneirismo da mãe – o planeamento familiar numa altura em que tal era considerado pecado e enfrentou as decisões dos grandes estúdios para dar o rumo que pretendia à sua carreira.Em boa hora o fez.
Numa altura em que a apelidaram de “veneno de bilheteira”, a actriz, que já tinha um Oscar no currículo, adquiriu os direitos da comédia Casamento Escandaloso (1940) e exigiu protagonizá-lo. O êxito foi estrondoso e daí para a frente Katharine não mais parou, revelando uma dignidade e vitalidade incomparáveis. Interpretações extraordinárias em filmes como A Costela de Adão (1949) – ao lado de Spencer Tracy, o amor da sua vida –, A Rainha Africana (1951) e Bruscamente no Verão Passado (1959) contribuíram para Katharine se transformar num ícone incontornável do século XX. A prová-lo está o facto de os seus compatriotas a terem elegido melhor actriz do século XX, à frente de Audrey Hepburn. Eu também o faço. Parabéns Kate!

INFORMAÇÃO ADICIONAL:
Prémios: É a actriz mais nomeada aos Oscar na categoria principal. Das 12 indicações que obteve, Katharine venceu quatro: Glória de um Dia (1933), Adivinha Quem Vem Jantar (1967), Um Leão no Inverno (1968) e A Casa do Lago (1981). Em 1962 ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, por Longa Jornada para a Noite.
Citações: «Tive uma vida fascinante. Não acho que eu seja minimamente peculiar, mas as pessoas dizem-me o contrário»; «A representação é o menor dos talentos. Afinal, a Shirley Temple fazia-o quando tinha quatro anos»; «A minha privacidade só a mim me diz respeito. Sou eu que decido se é invadida».

Nota: Escrevi este texto há dois anos por ocasião dos 100 anos de Katharine Hepburn para o blogue da Premiere (actual Deuxieme). Decidi recuperá-lo para o 'Como vai a saudinha'.

1 comentário:

Vanessa disse...

E eu bem me parecia que o estava a conhecer. O texto é-me tão familiar como tu eh eh...
Bem como a tua quase veneração pela Miss Hepburn. Sempre diferente, irreverente e muito à frente do seu tempo. Se bem que falando de K. Hepburn o tempo é conceito questionável, pois ela é intemporal.
Beijinhos.